PROPORCIONALIDADE E O PRINCÍPIO FORMAL DA COMPETÊNCIA DECISÓRIA DO LEGISLADOR: EQUÍVOCOS NO CONTROLE JUDICIAL DOS ATOS NORMATIVOS

Autores

  • Fábio Rodrigo Victorino Advocacia-Geral da União

DOI:

https://doi.org/10.25109/2525-328X.v.12.n.38.2013.22

Palavras-chave:

Teoria dos Princípios e Proporcionalidade. Princípio Formal da Competência Decisória do Legislador. Separação de Poderes.

Resumo

A grande ênfase dada à teoria dos princípios elaborada pelo alemão Robert Alexy trouxe consigo uma série de críticas, sobretudo, sobre o modelo de princípios como mandamentos de otimização que, na concepção de alguns autores, coloca em risco a separação de poderes e dá ênfase ao papel do judiciário em detrimento ao do legislador. Em comum, as duas atuações têm o instrumento para resolver o embate entre princípios: o princípio da proporcionalidade. As críticas feitas, no entanto, não deixam de ter razão desde que ignoradas as demais premissas da teoria de Alexy. Dentre estas, a figura do princípio formal da competência decisória do legislador ganha peculiar relevo na medida em que impede, ou, quando menos, limita a intervenção judicial em decisões importantes tomadas pelo legislador democraticamente eleito.

Biografia do Autor

Fábio Rodrigo Victorino, Advocacia-Geral da União

Procurador-Federal INSS/UMR

Referências

ALEXY, Robert. Los Derechos Fundamentales en el Estado Constitucional Democrático, In: Neoconstitucionalismo(s), Madrid: Trotta, 2005.

______. El Concepto y la Validez del Derecho. Barcelona: Gedisa, 2004

______. Epílogo a la Teoría de los Derechos Fundamentales. Madrid: Fundación Beneficientia et Perita Iuris, 2004.

______. Teoria da Argumentação Jurídica. São Paulo: Landy, 2001.

______. Theorie der Grundrechte, Frankfurt: Suhrkamp, 1994.

______. Tres Escritos sobre los Derechos Fundamentales y la Teoría de los Principios. Bogotá: Universidad Externado de Colombia, 2003.

ARAÚJO, Francisco Fernandes de. Princípio da Proporcionalidade: significado e aplicação prática. Campinas: Copola, 2002.

ATIENZA, Manuel. As Razões do Direito. Teorias da argumentação jurídica. São Paulo: Landy, 2000.

ÁVILA, Humberto. A distinção entre princípios e regras e a redefinição do dever de proporcionalidad”. Revista de Direito Administrativo, n. 215. Rio de Janeiro: Renovar, 1999.

______. Teoria dos Princípios. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 2003.

BARROS, Suzana de Toledo. O Princípio da Proporcionalidade e o Controle de Constitucionalidade das Leis Restritivas de Direitos Fundamentais. 3. ed. Brasília: Brasília Jurídica, 2003.

BARROSO, Luís Roberto. Fundamentos teóricos e filosóficos do novo direito constitucional brasileiro (pós-modernidade, teoria crítica e pós-positivismo). RTDP 29.

______. Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade no direito constituciona”. Cadernos de Direito Constitucional e Ciências Política, n. 23, São Paulo: RT, 1998.

______. Interpretação e aplicação constitucional. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.

______. O direito constitucional e a efetividade de suas normas: limites e possibilidades da Constituição brasileira. 7. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.

BASTOS, Celso Ribeiro. Hermenêutica e interpretação constitucional. 3. ed. São Paulo: Celso Bastos Editor, 2002.

BOBBIO, Norberto. O Positivismo Jurídico: lições de filosofia do Direito. São Paulo: Ícone, 1995.

______. Teoria do Ordenamento Jurídico. 10. ed. Brasília: UnB, 1999.

BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. v. 1, 7. ed. Brasília: UnB, 1995.

BÖCKENFÖRDE, Ernst Wolfgang. Estudios sobre el Estado de Derecho y la democracia. Madrid: Trotta, 2000.

BUECHELE, Paulo Arminio Tavares. O Princípio da Proporcionalidade e a Interpretação da Constituição. Rio de Janeiro: Renovar, 1999.

COELHO, Inocêncio Mártires. Racionalidade hermenêutica: acertos e equívocos. In: MARTINS, Ives Gandra da Silva. As vertentes do Direito Constitucional contemporâneo: estudos em homenagem a Manoel Gonçalves Ferreira Filho. Rio de Janeiro: América Jurídica, 2002.

CRETTON, Ricardo Aziz. Os Princípios da Proporcionalidade e da Razoabilidade e sua Aplicação no Direito Tributário. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001.

DANTAS, David Diniz. Interpretação constitucional no pós-positivismo: teoria e casos práticos. São Paulo: Madras, 2004.

DWORKIN, Ronald. Levando os Direitos a sério. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

ÉFESO, Heráclito de. Coleção Os Pensadores. v. I, São Paulo: Abril Cultural, 1973.

ENTERRÍA, Eduardo Garcia. La Constición como norma y el Tribunal Constitucional. 3. ed. Madrid: Civitas, 1994.

GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. v. I, Petrópolis: Vozes, 1997.

GOLDENSOHN, Leon. As entrevistas de Nuremberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

GOMES CANOTILHO, José Joaquim. Direito constitucional e teoria da Constituição. 7. ed. Coimbra: Almedina, 2003.

______. Estado de direito. Lisboa: Gradiva Publicações, 1999.

GRAU, Eros Roberto. Ensaio e Discurso sobre a Interpretação/Aplicação do Direito, 3. ed. São Paulo, Malheiros, 2005

GUERRA FILHO, Willis Santiago (coord.). Dos direitos humanos aos direitos fundamentais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1997.

______. Sobre o princípio da proporcionalidad”. In: LEITE, George Salomão (org.). Dos princípios constitucionais: considerações em torno das normas principiológicas da Constituição. São Paulo: Malheiros, 2003.

______. Processo constitucional e direitos fundamentais. 3. ed. São Paulo: Celso Bastos, 2003.

______. Teoria processual da Constituição. 2. ed. São Paulo: Celso Bastos, 2002.

HÄBERLE, Peter. Fundamentos Teóricos de la Constitución Democrática a la luz del pensamiento possibilista. In: ______. Pluralismo y constitución: estudios de teoría constitucional de la sociedad abierta. Madrid: Tecnos, 2002.

______. Hermenêutica Constitucional: a sociedade aberta dos intérpretes da Constituição. Porto Alegre: Antônio Fabris, 2002.

HESSE, Konrad. A Força Normativa da Constituição. Porto Alegre: Antônio Fabris, 1991.

______. Grundzüge dês Verfassungsrechts der Bundesrepublik Deutschland, 16. Aufl., Heidelberg: C. F. Muller Juristischer Verlag, 1988.

JELLINEK, Georg. Teoría General del Estado. México: FCE, 2000.

KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

MALBERG, Carré R. Teoría General del Estado. México: FCE, 2001.

MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e aplicação do Direito. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000.

MEDEIROS, Rui. A decisão de inconstitucionalidade: os autores, o conteúdo e os efeitos da decisão de inconstitucionalidade da lei. Lisboa: Universidade Católica, 1999.

______. A Constituição e o pensamento do possível: um estudo de caso (Embargos Infringentes na ADI nº 1.289-4). Revista do Advogado, n. 73, São Paulo: AASP, 2003.

______. Direitos fundamentais e controle de constitucionalidade: estudos de direito constitucional. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

______. Jurisdição constitucional: o controle abstrato de normas no Brasil e na Alemanha. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

MOTTA, Moacyr Parra. Interpretação constitucional sob princípios. Belo Horizonte: Mandamentos, 2003.

MÜLLER, Friedrich. Interpretação e Concepções Atuais dos Direitos do Homem, In: Anais da XV Conferência Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, 1994.

______. Juristische Methodik, 5. ed. Berlin: Duncker & Humblot, 1993.

______. Métodos de Trabalho do Direito Constitucional. 3. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2005.

NOVAIS, Jorge Reis. As restrições aos direitos fundamentais não expressamente autorizadas pela Constituição. Coimbra: Coimbra, 2003.

PARDO, David Wilson de Abreu. Os direitos fundamentais e a aplicação judicial do direito. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003.

PAUPERIO, A. Machado. O Conceito Polêmico de Soberania. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1958.

PEIXINHO, Manoel Messias. A interpretação da Constituição e os princípios fundamentais. 3.ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003.

PERELMAN, Chain. Tratado da Argumentação. A nova retórica. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

PIEROTH;SCHLINK, Grundrechte Staatsrecht II, 22. ed. Heidelberg: C.F. Müller, 2006.

PONTES, Helenílson Cunha. O Princípio da Proporcionalidade e o Direito Tributário, São Paulo: Dialética, 2000.

PULIDO, Carlos Bernal. El principio de proporcionalidad y los derechos fundamentales. 2. ed. Madrid: Centros de Estudios Políticos y Constitucionales, 2005.

RECASÉNS SICHES, Luis. Introducción al estudio del Derecho. 6. ed. México: Porrúa, 1981.

REZEK NETO, Chade. O princípio da Proporcionalidade no Estado Democrático de Direito. São Paulo: Lemos & Cruz, 2004.

SANTOS, Gustavo Ferreira dos. O Princípio da Proporcionalidade na Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: limites e possibilidades. Rio de Janeiro: Lumes Juris, 2004.

SANTOS, Jarbas Luiz dos. Princípio da Proporcionalidade: concepção grega de justiça como fundamento filosófico. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2004.

SAVIGNY, Friederich Karl von. Metodologia Jurídica. Campinas: Edicamp, 2002.

SCHMITT, Carl. Teoría de la Constitución. Madrid: Alianza, 1996.

SILVA, Virgílio Afonso da. Direitos fundamentais e liberdade legislativa: o papel dos princípios formais, In: CORREIA, Fernando Alves; MACHADO, Jonatas E. M.; LOUREIRO, João Carlos. Estudos em homenagem ao Prof. Doutor José Joaquim Gomes Canotilho, v. III. Coimbra: Coimbra, 2012.

______. Interpretação constitucional e sincretismo metodológico. In: Interpretação constitucional. São Paulo: Malheiros, 2005.

______. Princípios e Regras: mitos e equívocos acerca de uma distinção. In: BONAVIDES, Paulo (coord.). Revista Latino-Americana de Estudos Constitucionais, n. 1. Belo Horizonte: Del Rey, 2003.

______. A Constitucionalização do Direito: os direitos fundamentais nas relações entre particulares. São Paulo: Malheiros, 2005.

______. Grundrechte und gesetzgeberische Spielräume. Baden-Baden: Nomos, 2003.

STEINMETZ, Wilson Antônio. Colisão de Direitos Fundamentais e Princípio da Proporcionalidade. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001.

VICTORINO, Fábio Rodrigo. Evolução da Teoria dos Direitos Fundamentais. Revista CEJ, v. 11 n. 39, out./dez. 2007.

VIEHWEG, Theodor. Tópica e Jurisprudência. Brasília: Ministério da Justiça, Coleção Pensamento Jurídico Contemporâneo, 1979.

ZAGREBELSKY, Gustavo. El Derecho Dúctil: Ley, derechos, justicia. 5. ed. Madrid: Trotta, 2003.

______. Historia y Constitución. Madrid: Trotta, 2005.

Downloads

Publicado

2013-12-31 — Atualizado em 2013-12-31

Como Citar

VICTORINO, F. R. PROPORCIONALIDADE E O PRINCÍPIO FORMAL DA COMPETÊNCIA DECISÓRIA DO LEGISLADOR: EQUÍVOCOS NO CONTROLE JUDICIAL DOS ATOS NORMATIVOS. REVISTA DA AGU, [S. l.], v. 12, n. 38, 2013. DOI: 10.25109/2525-328X.v.12.n.38.2013.22. Disponível em: https://revistaagu.agu.gov.br/index.php/AGU/article/view/22. Acesso em: 7 abr. 2025.

Edição

Seção

Artigos