O DEVER DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DE PROMOVER A JUSTIÇA: EFICIÊNCIA, MORALIDADE E JURIDICIDADE NA SOLUÇÃO DOS CONFLITOS

Autores

  • Marina França Santos Procuradoria Geral do Município de Belo Horizonte

DOI:

https://doi.org/10.25109/2525-328X.v.12.n.38.2013.1914

Palavras-chave:

Supremacia da Constituição. Controle de Constitucionalidade. Separação de Poderes. Cortes Constitucionais.

Resumo

O presente artigo tem como objetivo central discutir a importância do investimento em formas autônomas de resolução de conflitos pela Administração Pública. Parte-se da notória constatação de que o Poder Judiciário, por si só, não é capaz de atender a toda a demanda por justiça da pluralista sociedade contemporânea, o que inaugura ao Estado a obrigação de contribuir com a busca de mecanismos alternativos de desfazimento pacífico de suas próprias controvérsias. Cuidou-se, por essa razão, de conhecer e examinar os fundamentos, justificativas e as experiências brasileiras na idealização de métodos extrajudiciais de resolução de dissensos envolvendo o Estado, com foco nos mecanismos de auto composição, em que os sujeitos envolvidos sejam capazes de pôr fim, eles mesmos, aos seus próprios litígios. O resultado dessa análise é a apresentação de um suporte jurídico e uma convocação da Administração Pública ao dever de promover o acesso à justiça e ao exercício, também em seus conflitos, dos postulados constitucionais da eficiência, moralidade e juridicidade.

Biografia do Autor

Marina França Santos, Procuradoria Geral do Município de Belo Horizonte

Procuradora do Município de Belo Horizonte. Doutoranda em Direito Constitucional e Teoria do Estado pela PUC-Rio. Mestra em Direito Processual Civil pela UFMG .Especialista em Advocacia Pública pelo IDDE em parceira com a Universidade de Coimbra.

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Publicado

2013-12-30 — Atualizado em 2013-12-30

Como Citar

SANTOS, M. F. O DEVER DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DE PROMOVER A JUSTIÇA: EFICIÊNCIA, MORALIDADE E JURIDICIDADE NA SOLUÇÃO DOS CONFLITOS. REVISTA DA AGU, [S. l.], v. 12, n. 38, 2013. DOI: 10.25109/2525-328X.v.12.n.38.2013.1914. Disponível em: https://revistaagu.agu.gov.br/index.php/AGU/article/view/1914. Acesso em: 7 abr. 2025.

Edição

Seção

Artigos