BACHARELISMO, JUDICIALIZAÇÃO E TOGA: DO BUROCRATISMO ADMINISTRATIVO AO PROTAGONISMO JUDICIAL

Autores

  • Paulo Fernando Soares Pereira
  • Ana Claudia Farranha

Resumo

O artigo tem como objetivo analisar a relação entre a

figura do bacharelismo, a partir de suas origens patrimonialistas, a

judicialização e o consequente protagonismo do Judiciário nas atuais

políticas públicas brasileiras. Analisa-se, inicialmente, como a burocracia

e o bacharelismo estão intimamente ligados e o quanto isso interfere na

relação entre Estado e a sociedade civil. Em seguida, analisa-se como o

burocratismo e a ineficiência da Administração Pública darão suporte

ao protagonismo do Judiciário. O artigo finaliza trazendo ao debate a

necessidade de a sociedade civil assumir seu papel diante de uma época

altamente permeada pela litigiosidade dos conflitos individuais, sociais

e políticos.

Referências

ADORNO, Sérgio. Os aprendizes do poder: o bacharelismo liberal na política

brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

BOURDIEU, Pierre. La nobleza de estado: educación de elite y espíritu de cuerpo.

Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 2013.

Publicações da Escola da AGU

CAPP ELLETTI, Mauro. Juízes legisladores? Porto Alegre: Sergio Antonio

Fabris, 1993.

CHAUÍ, Marilena. Cultura e democracia: o discurso competente e outras falas.

ed. São Paulo: Cortez, 2011.

DAMATTA, Roberto. Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do

dilema brasileiro. 6. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.

DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

ELY, John Hart. Democracia e desconfiança: uma teoria do controle judicial de

constitucionalidade. Tradução de Juliana Lemos. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

FACCINI NETO, Orlando. Elementos de uma teoria da decisão judicial: hermenêutica,

constituição e respostas corretas em direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2011.

FAORO, Raymundo. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro.

ed. São Paulo: Globo, 2001.

GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. Tradução de Raul Fiker.

São Paulo: UNESP, 1991.

HÄBERLE, Peter. Hermenêutica constitucional. A sociedade aberta dos

intérpretes da Constituição: contribuição para a interpretação pluralista

e “procedimental” da Constituição. Tradução de Gilmar Ferreira Mendes.

Porto Alegre: Fabris, 2002.

HABERMAS, Ju?nger. Direito e democracia: entre facticidade e validade. v. I. Rio

de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.

HERMET, Guy. Cultura e desenvolvimento. Tradução de Vera Lúcia Lúcia Joscelyne.

Petrópolis: Vozes, 2002.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Companhia

das Letras, 1995.

KOZIMA, José Wanderley. Instituições, retórica e bacharelismo no Brasil. In:

WOLKMER, Antônio Carlos (org.). Fundamentos de história do direito. 4. ed. Belo

Horizonte: Del Rey, 2007, p. 365-386.

Paulo Fernando Soares Pereira

Ana Claudia Farranha 311

LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime

representativo no Brasil. 4. ed. São Paulo: Companhia das Letras.

LE GOFF, Jacques. Por amor às cidades: conversações com Jean Lebrun.

Tradução de Reginaldo Carmello Corrêa de Moraes. São Paulo: UNESP, 1998.

MARINONI, Luiz Guilherme; BECKER, L. A. Influência das relações pessoais

sobre a advocacia e o processo civil brasileiros. In: BECKER, L. A. Qual é o jogo

do processo? Porto Alegre: Fabris, 2012.

MAUS, Ingeborg. Judiciário como superego da sociedade: o papel da atividade

jurisprudencial na sociedade “órfã”. In: Novos Estudos, Tradução de Martonio

Lima e Paulo Albuquerque, São Paulo, CEBRAP, n. 58, nov. 2000.

O ESTADO DE SÃO PAULO. ‘Tenentes de toga comanda essa balbúrdia jurídica’,

afirma cientista político. São Paulo, 20/12/2016. Disponível em:

estadao.com.br/noticias/geral,tenentes-de-toga-comandam-essa-balburdiajuridica-

afirma-cientista-politico,10000095549>. Acesso em: 03 fev. 2017.

SANTIN, Janaína Rigo. Estado, sociedade civil e legitimidade do poder. In: Revista

Brasileira de Estudos Políticos, Belo Horizonte, n. 111, p. 247-274, jul./dez 2015.

SILVA, Virgílio Afonso da. Ideias e instituições constitucionais do século XX no

Brasil: o papel do jurista. In: Revista Brasileira de Estudos Políticos, Belo Horizonte,

nº 111, p. 229-245, jul./dez. 2015.

VENANCIO FILHO, Alberto. Das arcadas ao bacharelismo: 150 anos de ensino

jurídico no Brasil. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2011.

VIANA, Luiz Werneck et al. A judicialização da política e das relações sociais no

Brasil. Rio de Janeiro: Revan, 1999.

WEBER, Max. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. v.

II. Tradução de Regis Barbosa e Karen Elsabe Barbosa. 4. ed. Brasília: UnB, 2012.

WOLKMER, Antonio Carlos. História do Direito no Brasil. 6. ed. Rio de Janeiro:

Forense, 2012.

Publicado

2017-06-29 — Atualizado em 2017-06-29

Versões

Como Citar

Pereira, P. F. S., & Farranha, A. C. (2017). BACHARELISMO, JUDICIALIZAÇÃO E TOGA: DO BUROCRATISMO ADMINISTRATIVO AO PROTAGONISMO JUDICIAL. Publicações Da Escola Superior Da AGU, 9(2). Recuperado de https://revistaagu.agu.gov.br/index.php/EAGU/article/view/1944

Edição

Seção

ARTIGOS