BACHARELISMO, JUDICIALIZAÇÃO E TOGA: DO BUROCRATISMO ADMINISTRATIVO AO PROTAGONISMO JUDICIAL
Resumo
O artigo tem como objetivo analisar a relação entre a
figura do bacharelismo, a partir de suas origens patrimonialistas, a
judicialização e o consequente protagonismo do Judiciário nas atuais
políticas públicas brasileiras. Analisa-se, inicialmente, como a burocracia
e o bacharelismo estão intimamente ligados e o quanto isso interfere na
relação entre Estado e a sociedade civil. Em seguida, analisa-se como o
burocratismo e a ineficiência da Administração Pública darão suporte
ao protagonismo do Judiciário. O artigo finaliza trazendo ao debate a
necessidade de a sociedade civil assumir seu papel diante de uma época
altamente permeada pela litigiosidade dos conflitos individuais, sociais
e políticos.
Referências
ADORNO, Sérgio. Os aprendizes do poder: o bacharelismo liberal na política
brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
BOURDIEU, Pierre. La nobleza de estado: educación de elite y espíritu de cuerpo.
Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 2013.
Publicações da Escola da AGU
CAPP ELLETTI, Mauro. Juízes legisladores? Porto Alegre: Sergio Antonio
Fabris, 1993.
CHAUÍ, Marilena. Cultura e democracia: o discurso competente e outras falas.
ed. São Paulo: Cortez, 2011.
DAMATTA, Roberto. Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do
dilema brasileiro. 6. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.
DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
ELY, John Hart. Democracia e desconfiança: uma teoria do controle judicial de
constitucionalidade. Tradução de Juliana Lemos. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
FACCINI NETO, Orlando. Elementos de uma teoria da decisão judicial: hermenêutica,
constituição e respostas corretas em direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2011.
FAORO, Raymundo. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro.
ed. São Paulo: Globo, 2001.
GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. Tradução de Raul Fiker.
São Paulo: UNESP, 1991.
HÄBERLE, Peter. Hermenêutica constitucional. A sociedade aberta dos
intérpretes da Constituição: contribuição para a interpretação pluralista
e “procedimental” da Constituição. Tradução de Gilmar Ferreira Mendes.
Porto Alegre: Fabris, 2002.
HABERMAS, Ju?nger. Direito e democracia: entre facticidade e validade. v. I. Rio
de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.
HERMET, Guy. Cultura e desenvolvimento. Tradução de Vera Lúcia Lúcia Joscelyne.
Petrópolis: Vozes, 2002.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Companhia
das Letras, 1995.
KOZIMA, José Wanderley. Instituições, retórica e bacharelismo no Brasil. In:
WOLKMER, Antônio Carlos (org.). Fundamentos de história do direito. 4. ed. Belo
Horizonte: Del Rey, 2007, p. 365-386.
Paulo Fernando Soares Pereira
Ana Claudia Farranha 311
LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime
representativo no Brasil. 4. ed. São Paulo: Companhia das Letras.
LE GOFF, Jacques. Por amor às cidades: conversações com Jean Lebrun.
Tradução de Reginaldo Carmello Corrêa de Moraes. São Paulo: UNESP, 1998.
MARINONI, Luiz Guilherme; BECKER, L. A. Influência das relações pessoais
sobre a advocacia e o processo civil brasileiros. In: BECKER, L. A. Qual é o jogo
do processo? Porto Alegre: Fabris, 2012.
MAUS, Ingeborg. Judiciário como superego da sociedade: o papel da atividade
jurisprudencial na sociedade “órfã”. In: Novos Estudos, Tradução de Martonio
Lima e Paulo Albuquerque, São Paulo, CEBRAP, n. 58, nov. 2000.
O ESTADO DE SÃO PAULO. ‘Tenentes de toga comanda essa balbúrdia jurídica’,
afirma cientista político. São Paulo, 20/12/2016. Disponível em:
estadao.com.br/noticias/geral,tenentes-de-toga-comandam-essa-balburdiajuridica-
afirma-cientista-politico,10000095549>. Acesso em: 03 fev. 2017.
SANTIN, Janaína Rigo. Estado, sociedade civil e legitimidade do poder. In: Revista
Brasileira de Estudos Políticos, Belo Horizonte, n. 111, p. 247-274, jul./dez 2015.
SILVA, Virgílio Afonso da. Ideias e instituições constitucionais do século XX no
Brasil: o papel do jurista. In: Revista Brasileira de Estudos Políticos, Belo Horizonte,
nº 111, p. 229-245, jul./dez. 2015.
VENANCIO FILHO, Alberto. Das arcadas ao bacharelismo: 150 anos de ensino
jurídico no Brasil. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2011.
VIANA, Luiz Werneck et al. A judicialização da política e das relações sociais no
Brasil. Rio de Janeiro: Revan, 1999.
WEBER, Max. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. v.
II. Tradução de Regis Barbosa e Karen Elsabe Barbosa. 4. ed. Brasília: UnB, 2012.
WOLKMER, Antonio Carlos. História do Direito no Brasil. 6. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2012.
Publicado
Versões
- 2017-06-29 (1)
- 2017-06-29 (1)