TERRITÓRIO, DISCURSO E PODER: AS POLÍTICAS DE SUBJETIVAÇÃO E SEU USO PELO ESTADO
Resumo
Nas bases fundamentais da existência de um país surgem categorias estruturantes de cunho político, econômico, cultural e societário que permeiam o nascimento e estabilidade de um estadonação. Desta forma o Estado é tido como principal agenciador do poderio controlador neste processo, agindo diretamente na extensão material à qual as instituições e organizações públicas exercem seus domínios, ou seja, o território. No que tange à esfera imaterial de ação estatal surgem as chamadas políticas de subjetivação, sustentadas por meio dos veículos de comunicação e seu grande alcance populacional. Alinhando estas diretrizes num único objetivo de legitimar e expandir as fronteiras de suas ações regulatórias, o estado atinge à alçada das paixões humanas, seus desejos e anseios. Este teor ideológico, calcado na exploração da subjetividade presente no discurso político visa justamente atingir a quem de um país o faz ser o que é: o povo. Para chegar a tais objetivos estabelecem-se alianças, parcerias e acordos com organizações que lidam com os aspectos imateriais da população, tonando-se complementos fundamentais das políticas estatais de subjetivação, como por exemplo, redes de empresas de comunicação e varejistas, entidades religiosas e esportivas, valorizando ícones populares, ídolos locais e referências de identidade e afinidade à sociedade. Assim temos os elementos que se unem ao poder estatal, dando-lhe a força necessária de controle e regulação do território e também da sociedade.
Referências
ALTHUSSER, L. Ideologia e Aparelhos Ideológicos do Estado. Trad. Joaquim
José de Moura Ramos. Lisboa: Presença, 1974.
AZAMBUJA, D. Introdução à Ciência Política. 17. ed. São Paulo: Globo, 2005.
BONAVIDES, P. Teoria do Estado. 5 ed. São Paulo: Malheiros, 2003.
BURDEAU, G. O Estado. Tradução de . Maria E. de A. P. Galvão. São Paulo:
Martins Fontes 2005.
CHAUÍ, M. O que é ideologia? 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 2008. (Coleção
Primeiros Passos)
CASTELLS, M. O poder da identidade. Tradução de Vennancio, R. São Paulo:
Paz e Terra, 2006.
DALLARI, D. A. Elementos de Teoria Geral do Estado. 3. ed. São Paulo:
Saraiva, 1976.
EAGLETON T. A ideia de cultura. Tradução de Castello S. São Paulo: Unesp, 2005.
FOUCAULT, M. A ordem do discurso. 8.ª Trad. Laura Fraga Almeida Sampaio.
São Paulo: Loyola, 2002. (Coleção Leitura Filosóficas).
LARAIA, R. B. Cultura: um conceito antropológico. 16. ed. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 2003.
LANZONI, A. Iniciação as Ideologias Políticas. 2. ed. São Paulo: Ícone, 1987.
MOREIRA, R. Pensar e ser em geografia: ensaios de história, epistemologia e
ontologia do espaço geográfico. São Paulo: Contexto, 2008.
RAFFESTIN, C. Por uma geografia do poder. tradução de Maria Cecília
França. São Paulo: Ática S. A. 1993
SANTOS, M. Por uma geografia nova: da crítica da geografia a uma geografia
crítica. São Paulo: Hucitec 1980.
SOUZA, O. Fantasia de Brasil: as identificações em busca da identidade. São
Paulo: Escuta, 1994.
Publicado
Versões
- 2012-04-30 (1)
- 2012-04-30 (1)